28 de julho de 2014

Análise de concorrência #1 - O Sporting

Numa altura em que toda a imprensa se concentra na "sangria" dos jogadores do campeão, em que todos os dias se anunciam novas vendas, em que aparentemente o garrote financeiro aperta e em que a Nação Benfiquista está desmoralizada, importa olhar para os nossos rivais/concorrentes.

Sobre as saidas (confirmadas) já nada se pode fazer, sobre a "revolução" que a equipa vai sofrer, idem, convém portanto analisar o que se passa nos outros clubes, afinal, o que o Benfica poderá fazer este ano estará também muito dependente do que forem capazes de fazer os seus rivais!

Começamos pelo Vice-campeão - SPORTING




O Sporting apresenta-se para a próxima época como um clube não-vendedor, por contraste ao Benfica e mesmo com o Porto (que já vendeu 2 pérolas), e essa parece ser a sua principal vantagem.

O Sporting não vende, não porque não esteja também com uma situação financeira preocupante, não porque não tenha um passivo e uma divida gigante, não porque não tenha obrigações financeiras, mas sim, porque não tem compradores, ponto!

Os sportinguistas verão nesta frase uma provocação, mas acreditem, não é!

Nós Portugueses achamos que a nossa liga é fortíssima e que tem imensa visibilidade lá fora, mas meus amigos, a verdade é que não tem.

Há jogadores que para nós são a "coca-cola no deserto", que têm lugar em qualquer equipa do Mundo, mas vai-se a ver e os estrangeiros não lhes ligam nenhuma. Serão maus? Não, o nosso campeonato é que não lhes dá visibilidade suficiente...

E para ter visibilidade (aquela visibilidade que faz com que os tubarões ofereçam aos 30 e 40 milhões) num clube Português é preciso conjugar 3 factores (ou pelo menos um deles) - ter sucesso desportivo interno (ser campeão), ter uma carreira interessante na Europa e/ou ter jogadores seus a brilhar nas Selecções.

O Sporting no último ano não teve nada disto, não foi campeão, não jogou na Europa e a selecção onde colocou mais jogadores foi a de Portugal (que passou ao lado do Mundial) e mesmo nessa ficaram de fora alguns dos seus jogadores de maior destaque - Adrien e Cedric, por exemplo.

Por isso, e só por isso, o Sporting não está vendedor!

Por isso, e só por isso, os únicos jogadores que aparentam ter algum mercado internacional são Rojo (titular no vice-campeão do Mundo) e Slimani (boa prestação na Argélia). A estes 2, acrescente-se William Carvalho apenas e só porque o seu nome foi falado pelos olheiros internacionais como um "talento com potencial" (todos os anos há alguns miudos que andam nas bocas dos olheiros para observação mais atenta - por essa "lista" já lá passaram Bruma, Fábio Coentrão, Ilori, Markovic, entre outros).

É verdade que os media internacionais e os "scouters" internacionais estavam muito atentos a William no Mundial, a FIFA chegou mesmo coloca-lo como uma dos jovens a merecer "observação" no Mundial do Brasil. O problema? Um casmurro chamado Paulo Bento que fechou o "estore" da Montra!!

Para nós, Portugueses, que conhecemos bem William, não há grandes dúvidas sobre o seu valor, mas os clubes grandes por essa fora, os "endinheirados" que poderiam desembolsar 20 ou 30 milhões por uma esperança ainda não confirmada (porque não jogou na Europa, nem no Mundial e só tem 1 época a sério no futebol profissional) estão de pé atrás e preferirão esperar mais um ano (com Sporting na Champions) para avançar para William.

Por isso acredito mesmo que William não sairá, porque ninguém apresentará uma proposta superior a 20 milhões e o Sporting so venderia abaixo dessa cifra se tivessse MESMO desesperado (veremos até 31 de Agosto se não está).

Outros valores da época passada -Adrien, André Martins, Carrillo, Capel ou mesmo Patricio - não têm visibilidade no mercado e por isso "não têm mercado".

Por isso o Sporting não está vendedor e, por isso mesmo, provavelmente só venderá Rojo (o único com real projecção internacional) para equilibrar as suas contas. E mesmo Rojo, destacou-se no Mundial fora da sua posição, o que coloca uma interessante questão para um eventual "comprador": "Preciso de um lateral ou de um Central".

De qualquer forma, a minha previsão é que Rojo não sairá por mais que 10/12 milhões, no Máximo! (se for por mais, cá estarei para dar o braço a torcer).

A outra venda possível é Slimani, o que explicará a compra de Tanaka. Mas este não é tão garantido...fez um Mundial interessante, mas não é jogador para mais do que um campeonato paralelo tipo Ucrânia, Roménia, Turquia, Russia ou para um clube de meio de tabela em França (onde há muitos argelinos), o que poderá não ser muito interessante para o Jogador e mesmo para o clube (haverá propostas por mais que 5 a 8 milhões?).


Ora, se este pode ser (veremos no futuro) um problema para a sustentabilidade financeira do Sporting, não o é seguramente para a sua sustentabilidade desportiva.

Mantendo a sua base (saindo Rojo e mais um ou outro de 2ª linha) o Sporting poderá apresentar-se tão ou mais forte que na época passada e ser, efectivamente, candidato ao título.

A questão centra-se então nos reforços. É que no ano passado o Sporting jogou "tranquilamente" uma vez por semana, o que permitiu que o seu treinador (estratega conhecido e de qualidade) tivesse tempo para estudar muito bem os seus adversários e para montar a equipa para cada jornada, apostando em 13/14 jogadores do núcleo-duro.

Este ano será diferente, o treinador já não é o mesmo (embora tenha excelente impressão de Marco Silva) e há um "papão" chamado Champions.

O ritmo da Europa e dos jogos a meio da semana obrigará a outra rotação e a que o plantel tenha mais soluções, não de jogadores "interessantes" ou com potencial da Academia, para entrar 15 minutos aqui e 30 minutos ali, mas sim de jogadores que sejam tão credíveis como a 1ª opção e que possam entrar a titular num jogo de Champions (ou mesmo de campeonato) sem que se note a diferença!

Esse é o grande desafio do Sporting e é por aí (na minha opinião) que o projeto/candidatura ao titulo poderá ruir. Esse é o seu ponto fraco (todos o têm), os reforços (serão mesmo reforços) e veremos como o ultrapassam.

Para já não se vislumbram opções viaveis aos laterais - Cedric e Jefferson.

A saida de Rojo abrirá vaga a Dier (por aí não vejo problema) e a 3ª opção parece ser Paulo Oliveira (que fará de Dier esta época) o que dá algumas garantias. Mas será a dupla Mauricio - Dier suficientemente robusta? Para consumo interno creio que sim, para a Europa, tenho dúvidas.

A não saida de William torna a posição 6 numa das melhores do Sporting.

Para mim o único reforço com qualidade para entrar diretamente no 11 deste ano é Orio Rosell. É excelente jogador e seria uma alternativa "tranquila" a William. Mas não saindo o jovem Carvalho, será que o Sporting se poderá dar ao luxo de ter Rosell no banco? Se sim, está resolvido o problema da rotação do plantel, nesta posição. Senão, e se Marco Silva cair na tentação de se apresentar com duplo pivot (William e Rossel) para que joguem os 2, creio que terão um grande problema nos jogos de campeonato, especialmente em casa contra equipas defensivas. O Sporting poderá no entanto fazer como Jesus e apostar neste esquema apenas na Champions, com um triângulo de meio campo com William - Rosell lado a lado e Adrien à frente. Uma boa solução para esse cenário.

Daqui para a frente o Sporting é o mesmo do Ano passado. Para mim, nem Tanaka, nem o Mini-Messi, nem Shikabala, nem Heldon acrescentam grande coisa...e perdeu-se Wilson Eduardo que não sendo um jogador "fantástico" de vez em quando lá conseguia qualquer coisa.
Assim, as alas estarão entregues à rotação entre Capel - Mané - Carrillo, o que é curto na minha opinião, e o ataque entregue a Montero/Slimani que alternarão consoante o adversário, a sua forma fisica e  o seu momento psicológico.


Esta é a minha aposta para 11 base do Sporting:


football formations

Será suficiente? Tenho dúvidas, mas sou suspeito...

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