27 de dezembro de 2013

Interlúdio: A Taça da Liga


Os rivais continuam a chamar-lhe a "Taça da Carica" ou "Taça da Cerveja" ou "Taça do Benfica", tentando menorizar uma competição que ainda não venceram e onde o "fosso" para o rival Benfica (tetracampeão) já é significativo.

Costumo dizer que daqui a 20 anos, quando os nossos filhos estiverem que a discutir com os amigos do Sporting e do Porto ouvirão os mesmos argumentos que eu ouvi durante toda a minha juventude:

"O Benfica tem mais campeonatos? Isso é História, passado, o que interessa é hoje em dia!"

Provavelmente também será este o argumento, daqui a 20 anos, sobre a Taça da Liga...os miúdos dessa altura não saberão da história toda...

A Taça da Liga é uma competição que faz todo o sentido, especialmente em países como o nosso que insistem em ter pausas gigantescas entre jornadas (a pausa de Natal que atravessamos é um belo exemplo) e em que o "ritmo" competitivo é baixo...os "tugas" aparecem logo a queixar-se quando há jogos de 3 em 3 dias, porque não estão habituados a treinar com intensidade e rigor e a jogar nos limites.
















Em Inglaterra há Taça da Liga, há jogos de 3 em 3 dias e o ritmo do futebol deles é infinitamente superior ao nosso...em Inglaterra há planteis equilibrados e há rotação dos titulares, para aguentar a carga de jogos...aqui, há 14/15 jogadores utilizados e depois uma cambada de "suplentes" que só jogam para a Taça da Liga e vem logo a desculpa: "ah e tal, jogámos com os suplentes"...

Aproxima-se o Clássico Sporting-Porto, para a Taça da Liga e, desconfio que se vai alterar o paradigma, apostaria que ambas as equipas se vão apresentar na máxima força, com pequenas alterações (em nome da tal rotação que só faz é bem).

As razões para a tal mudança de Paradigma? Depende dos casos:

- Sporting - A ausência das competições europeias fez com que o Sporting fosse um dos casos raros de equipas que lutam pelo título nos principais campeonatos da Europa, a jogar "apenas" uma vez por semana. Isso fez com que, a tal "rotação" não fosse tão necessária...ainda assim, habilmente, Jardim tem promovido alguma rotação e competitividade no plantel - nas laterais com Piris a rodar com Cedric e Jefferson algumas vezes, e, sobretudo nos extremos, com 3  - Wilson Eduardo, Capel e Carrillo - a rodar por 2 posições.
O afastamento da Taça de Portugal veio ainda reforçar mais este ponto...a Taça da Liga é, no fundo, mais uma "jornada" semanal, como do campeonato se tratasse, até porque o jogo seguinte (para o campeonato) apenas se jogará no dia 12 de Janeiro (!!)

Aposto por isso na utilização do 11 base, admitindo 2/3 alterações:

- Guarda-Redes - Tratando-se de um jogo de Taça, não será surpreendente a utilização de Marcelo Boeck;

- Defesa - Admito uma de duas alterações na defesa (nunca as 2) - ou Piris volta a rodar com 1 dos laterais ou Dier no lugar de um dos centrais;

- Meio-Campo - Menos provável, dado tratar-se do centro nevrálgico do jogo Sportinguista, eventualmente a hipótese remota de incluir Rinaudo no lugar de William (para premiar um elemento que se diz importante no Balneário e que foi "atropelado" pela revelação do campeonato).

- Ataque - Na frente, nada de novo, Montero seguramente e 2 dos 3 extremos habituais


- Porto - O Porto tem feito "gala" em desprezar a competição...algo que sendo pouco compreensível, se pode admitir/justificar com o facto do Porto estar habitualmente nas 3 frentes principais até ao fim (Campeonato, Taça e Europa) e conquistar títulos. Num ano em que se ganha campeonato e taça acaba por ser pouco relevante a Taça da Liga, admito.
Talvez por isso o Porto de Jesualdo não tenha tido qualquer problema em apresentar-se no último clássico na Taça da Liga contra o Sporting, com uma equipa de Suplentes + jogadores da B (até Josué jogou) e que encaixou 4 do Sporting de Paulo Bento...pouco importou...nesse ano o Porto ganhou campeonato e taça de Portugal.
Nos últimos anos, a situação tem alterado ligeiramente, sobretudo porque os seus treinadores têm sido mais inexperientes, sem títulos ou currículo e por isso, sob maior pressão. Para além disso, os últimos campeonatos têm sido disputados "taco-a-taco" até ao fim, ou seja, com maior incerteza quanto ao vencedor.
Ora, perante o cenário eventual de terminar uma época sem títulos, dificilmente Vitor Pereira ou Paulo Fonseca se arriscariam a "deitar fora" uma Taça da Liga.

Aposto, também por isso, na utilização do 11 base, também com 2/3 alterações:

- Guarda-Redes - Pelas mesmas razões que no Sporting, acredito que o lugar será de Fabiano

- Defesa - Nas laterais não acredito, até porque não há alternativas...eventualmente Mangala à esquerda ou Maicon à direita (se Danilo ou Alex Sandro apresentarem dificuldades físicas);

Meio-Campo - Seguramente com  alterações...no fundo, nada de novo em Paulo Fonseca que continua à procura do trio ideal - Fernando eventualmente descansará (é dos mais utilizados)? Carlos Eduardo parece seguro, Herrera e/ou Defour (nunca os 2) deverá entrar no 11.

- Ataque - Rezam as crónicas que Jackson ainda não chegou das férias de Natal...será que Fonseca terá coragem para lançar Ghillas de inicio? Nas alas o costume - Varela, Licá, Josué - do trio habitual sairão os 2 titulares.

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