28 de outubro de 2013

Visão do Clássico

Finalmente regressou o nosso campeonato (quase um mês depois!!) e logo com um clássico - F.C.Porto X Sporting C.P. - com a liderança em disputa.

Já aqui tinha referido que o campeonato tinha voltado à "normalidade" com os 3 grandes nos 3 primeiros lugares, e esta jornada veio acentuar esse facto.

O Benfica cumpriu a sua obrigação (ganhou) e assistiu de poltrona ao Clássico (quiçá torcendo pelo empate) na certeza, porém, que qualquer que fosse o resultado, se aproximaria do(s) seu(s) rival(ais).

Para além do interesse do Benfica, o Clássico representava um interesse acrescido por poder promover  um novo líder à 8ª Jornada, ou, pelo contrário, solidificar a liderança dos Azuis e Brancos.

Por um lado apresentava-se o Tricampeão, poderoso em casa, mas em mau momento. Por outro o Sporting, com uma época fantástica e de esperanças renovadas.

O clássico serviu, portanto, para medir forças e avaliar o REAL poderio de ambas as equipas. Estaria o F.C. Porto tão mal como se "pintava"? E o Sporting assim "tão bem"?

A resposta a ambas as perguntas é NÃO!

O clássico mostrou um F.C. Porto superior, em praticamente todas as vertentes de jogo, foi mais dominador, taticamente mais forte, mais organizado, mais forte fisicamente (mesmo jogando Champions a meio da semana e com menos um jogador durante 80 minutos) e mais eficaz na hora de decidir.

Um meio-campo com muita tarimba e com outro andamento. Quer se queira quer o triangulo Fernando, Herrera e Lucho está alguns degraus acima de William, Adrien e André Martins .

O Sporting apresentou-se com as suas armas e correspondendo ao que tem vindo a fazer neste campeonato - organizado, empenhado e competente - mas sem a intensidade, maturidade e classe necessárias para ganhar no Dragão. Foi esforçado, mas isso não chega.
A ausência de Jefferson também se fez sentir (Piris não é a mesma coisa) e o Sporting perdeu alguma agressividade no flanco esquerdo, o que permitiu maior liberdade a Danilo (um dos homens do jogo).

A primeira parte é de inquestionável domínio do Porto, mesmo sem oportunidades de golo, que "controlou" o ritmo de jogo, assim que se apanhou a ganhar, logo no arranque.

O penalty é um daqueles clássicos, dos livros, daqueles que se podem gravar em DVD e mostrar nas escolinhas de futebol e nos cursos de arbitragem...bola adiantada na área, o "avançado" chega antes do defesa e "só" tem que tocar na bola e esperar o "abalroamento" do defesa que vem embalado e já não pode evitar a falta...

Com o penalty veio a confiança que o Porto precisava e o "travão" à motivação leonina (tivesse o jogo chegado 0-0 ao intervalo e a história poderia ter sido outra) e a partir daí foi "gerir" até ao intervalo, num espectáculo sem grande interesse.

Na 2ª Parte o momento do Jogo - movimentação típica de Montero entre o central e o lateral (ele faz isto muito bem), desta vez sem estar fora de jogo, e cabeceamento livre e "em cima" do Guarda-Redes, para defesa espantosa de Helton.
Jogada "a papel químico" do golo ao Benfica, por exemplo.
Em 10 oportunidades destas, 9 dão golo, mas ontem não deu...Porque Montero (e até Helton) terá tido a "sensação" que estava  offside e cabeceou com menos convicção e colocação e porque Helton (que também achou que era fora de jogo e reagiu por reflexo) faz uma "parada" fenomenal.




(Um aparte só para dizer que, a ver o jogo em direto, postei no FB do Queria ser Mourinho que o Helton é o melhor Guarda-Redes a jogar em Portugal e o melhor Guarda-Redes Brasileiro da atualidade. Merecia ir ao Mundial).


Esta é daquelas defesas que dá pontos! E que decidem jogos. Porque estava 2-1 e o empate "virava" o jogo psicologicamente e porque a defesa serviu para acordar a equipa do Porto que estava, nessa altura, demasiado confiante na vitória (até porque tinha conseguido fazer o 2-1, 3 minutos depois do empate do Sporting).
Com esta jogada "acordaram" e voltaram a colocar intensidade e velocidade nos flancos (com o "acelerador" Licá sempre prego a fundo) e a explorar saídas rápidas de contra-ataque.

O 3º golo do Porto é outra jogada dos livros que pode ser mostrada nas escolinhas - Recuperação de bola, saída rápida pelo meio com transporte do médio, ponta de lança abre num dos lados e leva um central, cruza ao 2º poste (porque no meio não está lá ninguém) para finalização do extremo do lado contrário ou para 2ª bola do médio que iniciou a jogada e que ocupa o lugar do ponta de lança...

Lucho faz isto como ninguém, não é rápido, mas sabe o que faz...e matou o Clássico.

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